"The last one"

Olá... esse era o último e-mail que eu escrevi quando voltava pra casa. Já queria ter mandado ha algum tempo, mas a conexao banda larga da net não ajudou muito. NAO TENHAM NET!!! Disse pra eles que iria fazer propaganda contra...Desculpa a demora...bjs e abracos

Pois é. Chegou ao fim... Estou no penúltimo avião programado pra essa viagem. Chego em São Paulo em algumas horas. Mas voltando alguns dias: saí de San Francisco com uma ótima impressão da cidade. É linda! Sugiro esse passeio pra quem ainda nao conhece a Califórnia. Os últimos dias foram tranquilos, sem muitas atrações. Ontem caminhei na Golden Gate Bridge, e fechei as férias com chave de ouro em um passeio de barco pra Alcatraz. As fotos dos últimos dias e os álbuns completos de todas as férias podem ser vistos aí em POA mesmo, ao vivo. Só marcar. A Saída de Vancouver foi tranquila. Passei algumas horas tentando colocar tudo o que tinha em duas malas, mas depois de pular, deitar e quase arrebentar o zíper percebi que o esforço não era válido. Resultado: Chego eu no aeroporto com duas malas grandes para serem despachadas, duas malas de mão daquelas de rodinhas pra puxar e mais a mochila do notebook. Vale lembrar que não era possível colocar nenhum botão mais dentro de nenhuma delas. 1:20 eu fui passar pela segurança pra pegar o vôo as duas. Como o vôo de Vancouver a Toronto é longo, 5 horas, e eles não servem nada guardei o sanduíche pra comer durante a viagem. Tirei os tênis, abri todas as malas, separei computador, aquelas chatices todas de aeroporto, guardei tudo de novo (e não era fácil com tudo o que eu tinha de mala comigo) inclusive meu passaporte. Deixei só o bilhete de embraque a mão. Tive a maravilhosa idéia de comprar um milkshake de chocolate no Starbucks pra ter algo pra beber com o sanduíche. Imagina agora a cena: Mochila nas costas, uma das malas pequenas no ombro e a outra eu puchava com uma mão. Com a outra mão segurava o sanduíche e o bilhete de embarque e o milkshake ía expremido entre meu braço e a barriga. Não preciso contar que virei o bendito milkshake nas calças, mas foi só um pouco. 1:45 eles iniciam o embarque, forma a fila, eu já não aguentava mais de tanto peso, chega na minha vez e a #$%^& da segurança pede pra ver meu passaporte na fila do embarque. Ele tava dentro da mochila... Parei a fila por uns 5 min enquanto procurava o passaporte. Naquela hora achei que ninguém poderia estar em situação pior do que eu. Mas estava errado. Logo atrás estava uma família, 6 brasileiros (pai, mãe, sogra, e três filhos) eles deveriam ter umas 15 bagagens de mão no total, estavam reclamando que tiveram que esvaziar boa parte das malas por excesso de peso e (assim como eu no vôo de LA a SF) estavam carregando tudo nas mãos. Confesso que serviu de consolo! Os três irmãos, ja da minha idade – o que me causou tamanho espanto – não paravam de brigar pelos assentos e queriam saber quem estava com todos os passaportes, a mãe procurava atônita pela mala dos sapatos dela, o pai reclamava da bagunça e a vó queria a bolsa que já estava em algum dos porta bagagens, pois seus remédios estavam lá e ela poderia precisar. Alguém já ouviu falar na Família Buscapé? Eu os conheci! Consegui acomodar todas as minhas bagagens de mão, elas ocuparam o compartimento inteiro. As da família, que estavam sentados na minha frente, ocuparam 5 deles.Descobri que o sistema de entretenimento de bordo da aircanada só pode ser da microsoft. Ele é super moderno, touch screen, com uma excelente seleção de filmes, seriados de TV e, de acordo com a revista da empresa, 3.000 horas de vídeo disponível. O único problema: tiverem que reiniciar ele umas 3 vezes até que a tela inicial aparecesse, e mesmo assim não funcionou. Hehehehe. O pior é que no meu vôo de vinda foi a mesma enrolação. Comecei assistir o mesmo filme umas 3 vezes, até que eles disseram que não iriam mais tentar. Espero que no vôo internacional não seja assim também. A aterrisagem em Toronto dispensa comentário. Só vou dizer que foi a primeira vez na vida que eu tive medo de estar em um avião. O pouso foi tão inesperado que arrancou aplausos de todos os passageiros e eu fui um dos mais entusiasmados, podem ter certeza.Mas a parte ruim da viagem não tinha nem começado. Por causa da tempestade o povo da Air Canada disse que nossas malas iriam demorar mais que o esperado para entrar no avião. O que eles esqueceram de dizer é que o mais que o esperado seriam umas 3 horas e que nós passaríamos essas 3 horas sentados no aviao sem fazer nada. Calma, só melhora! Depois das malas dentro do aviao, eles comunicaram que a equipe de bordo ja tinha excedido as horas de trabalho e que como já eram 2 horas da manhã eles nao teriam como preparar outra equipe, assim o vôo seria cancelado até as 8 da manhã. Nos deixaram no aeroporto, que estava fechado (sem nenhum restaurante ou loja abertos), sem lugar pra dormir, pois, segundo eles não teriam como nos levar para hotel aquela hora pra voltar as 8. Resumindo bastante, pois não gosto nem de lembrar, o vôo nao saiu as 8, só as 10 da manhã, depois de muita encomodação, gritaria, choro e até polícia! Todo mundo disse que depois eu ia lembrar da história e rir. Ou o depois ainda nao chegou ou eu não sou uma pessoa bem humorada. ___________________________________________________________________
Sair de Vancouver foi difícil. Não imaginava que iria doer tanto. Vivi muitos bons momentos lá. Foram 6 meses que marcaram a minha vida. Conheci pessoas que marcaram a minha vida. Fiz amigos que marcaram a minha vida. Tudo lá marcou a minha vida. Até senti a mesma sensação que sinto cada vez que chegava em POA vindo de SP quando voltei ontem dos Estados Unidos. Eu me senti em casa naquela cidade. O bom, como diz o Luiz, é que quando eu quiser eu volto...De todas as lições que aprendi nessa viagem (desde janeiro quando fui a Vancouver) a mais importante é: Deus esteve presente até nos mínimos detalhes (inclusive naqueles que eu não esperava). Ele planejou essa viagem comigo me dando sabedoria pra lidar com as situações, boas ou ruins, que apareceriam no meu caminho e nas decisões que eu tomei ao longo desses meses. Me deu força, paciência e muita diversão! Eu O honro a cada dia por tudo e sou eternamente grato pelo amor e cuidado que Ele tem por mim.Para aqueles que acompanharam todos os e-mails e pediam anciosamente por mais novidades, obrigado pelo carinho! Resumo da viagem de volta para o Brasil: 17 horas de vôo, 15 horas de espera no aeroporto, 4 horas de espera dentro de avião parado e mais ou menos uns 110kg de bagagem (o que me custou 200 reais de excesso)!Abraços a todos